segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sono?! Escreve uma crônica!

Uma lembrança, uma simples lembrança foi o que me restou daquela noite. Eu nunca esqueceria. Calma, o que eu estava falando mesmo? Ah é, a lembrança... A noite era fria, ou era calor? Era uma noite fria e o céu com seu cinza clássico, aquele cinza tão São Paulo.
 A cidade estava "vazia" (vazia, sábado a noite! impossível!), já era tarde, o que mesmo eu estava fazendo? Ah é! Voltando para casa. Já eram 2:30, a noite estava apenas começando para uma São Paulo.
Eu havia saído da confortável, mas fria rede, do meu sono profundo, com música ao fundo. Para entrar no carro e começar a longa jornada a caminho de casa. O que me animava era o prêmio que eu ganharia quando chegasse em casa; uma cama quentinha e pronta para a volta do meu sono profundo, que podia durar o quanto eu quisesse, afinal eu estou de FÉRIAS!
Velhos na frente de boates, mulheres arrumadas no cemitério completam a paisagem de um Sábado/Domingo de São Paulo.
Agora, você pode por favor me contar o que aconteceu naquela noite fria de São Paulo? Eu acho que não me lembro....

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ei você!

É provável que você não precise disso, mas é bom você saber...
Não deixe cabelos grudados no sabonete, mas deixe o cheiro de banho depois de sair do banheiro.
Não me faça pintar com lápis de cor, mas me de coisas coloridas.
Não estore meus balões, ainda mais aqueles que eu pego nas lojas de roupas infantis.
Não me deixe sozinha, mas me permita de procurar o lugar mais frio da cama no verão.
Não me engorde, mas me dê churrasco quando eu pedir.
Não fale de mais, mas não minta.
Não me dê dorgas, mas veja Skins comigo.
Não se apegue, mas me ligue.
Não se importe, mas me responda, por favor.
Não roube açucareiros, mas seja doce.
Não me deixe surda, mas cante.
Não me irrite, não me chame de monstro.
Não me obrigue, não me culpe
Não seja babaca, fale comigo.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Eu conheço esses nós

Eu não a conhecia, e isso era estranho. Ela estava na minha frente, brincando com uma mecha de cabelo, ela fazia uma pequena dança com aqueles cabelos louros escuros, compridos.
Eu prestava mais atenção na menina com seus cabelos do que na apresentação, o que mesmo ele estava falando? desenho? surrealista?
Tentei disfarçar pra não parecer indiscreta, encarando ela, mas é claro que eu continuei olhando. Ela agora fazia movimentos rápidos e ágeis, continuando a prestar atenção na apresentação. "Que droga! Não estou vendo nada, esqueci meus óculos!". Tentando olhar mais de perto eu percebo que ela esta fazendo pequenos nós no cabelo. aqueles movimentos tão rápidos, um atrás do outro. As vezes ela se distraia acariciando os nós dos cabelos louros e compridos como se estivesse descobrindo a textura, como se estivesse tocando em um pela primeira e ultima vez. Mas logo continuava a fazer aqueles movimentos rápidos e ágeis que faziam surgir mais nós e nós.
Mas quando ela para de puxar a mecha de cabelo, os nós desaparecem. "Como fazer um quadrinho surrealista?"

tema: extra (monografia do 3)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

fotos Paraty












Shhhhhhhhhhhhhhhh ela pode escutar!

-Não, é mesmo........
-Shhhhhhhhh!
-Mas o que foi?
-Shhhhhhhhhhh!
-COF COF COF
-Ela está vindo!
     Ouvimos a porta do quarto ao lado se abrir, será que era ela? Será que ela viria no nosso quarto? Será que ela nos daria um sermão por termos ficado conversando na que era para todos estarem dormindo? Mas todos não estão fazendo o mesmo que nós?! Isso são passos vindo lá de fora!? Como seria se ela abrisse a porta agora, e nos visse agora, exatamente desse jeito, rindo, conversando, tossindo. isso não pode acabar agora! Estava ficando tudo tão interessante! nessa noite fiquei muitas coisas, como: a M.........
-Shhhhhhhhhhh! finge que está dormindo!
   Isso não vai adiantar! Ela não vai acreditar que estamos dormindo, se nós estávamos conversando a 5 minutos atrás! E essas paredes são tão finas, que se alguém tossir o quarto do lado escuta, será que ela já não escutou? Será que ela vai vir aqui e ver se a gente está dormindo ou não e eu não vou conseguir conter o riso, ou a tosse escandalosa? Tantos "serás" para nada.
-Acho que ela já foi, o que você ia dizer mesmo?

tema: Paraty

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pirata

- Vamos brincar de pirata! você vai ser minha filha! -
         Um pequeno menino de cabelo liso e preto, com  não mais de 4 anos me falava isso, seu rosto se encheu de alegria quando eu lhe disse que brincaria, pois não tem como dizer "não" para uma criaturinha tão fofa. A casa da arvore, a pouco tempo construída do jardim de sua casa, era nosso navio. A almofada era nosso canhão, e o livro que antes eu lia, Hugo Cabret, era a bala do nosso canhão. Em uma de nossas mãos, um gancho e na outra uma espada de plastico. Havia uma cadeira que no inicio o menino se recusava a sentar pois era de princesas e falava de amor, mas depois ele se rendeu e acabou sentando, cansado. Dentro da casa  nossas camas nos esperavam, outras almofadas e um travesseiro que nos tínhamos que dividir. A raiva as vezes tomava conta do menino, mas as vezes a frustração chegava sem avisar.
- Eu quero matar o Peter Pan!
        Porque um menino com essa carinha de anjinho, esses cabelos lisos, essa miniatura quereria matar o Peter Pan?
- Eu quero matar ele porque ele não faz parte da minha vida! Porque ele não me ama!
        Agora o amor que ele não gostava na cadeira de princesas, importava. Ele olhou para mim e segurando a espada com as duas mãozinhas acertou na arvore mais próxima. A espada caiu no chão, o escorregador estava pronto para ele descer e caindo em um pedaço de tatame verde ele pegou a espada e disse:
- Pronto, agora ele esta morto!

tema: unidade


Não olhar para eles

           Sabe quando você conversa com pessoas que não conhece e elas ficam te encarando? Com aqueles olhos grandes, cheios de esperança que você diga ou faça alguma coisa. Elas ficam tentando buscar seu olhar de algum jeito, mas ele esta concentrado em outra coisa, em uma distração, para que você não pareça idiota falando com a pessoa e olhando para o chão. Esses olhos, as vezes claros ou escuros, vazios ou cheios, brilhantes, mortos, me dão medo. Tenho medo de que eles encontrem uma falha no meu rosto e nunca mais voltem a esquece-la, medo de que me devorem com os olhos. 
          As vezes eles me precionam, me criticam ou até algumas vezes me admiram. Mas sempre olhando fixamente para mim. Aqueles olhos claros, escuros, vazios, cheios, brilhantes, mortos, que me incomodam tanto. 

tema: extra